Os dados da tabela 10 abaixo mostram que 95% dos profissionais, entre mulheres e homens, afirmou que,se o marido obriga a sua esposa a ter relações sexuais, isso constitui violência sexual contra a mulher.
Apenas cerca de 2% do total dos entrevistados considerou que este ato não constitui violência sexual
porque o marido não precisa do consentimento da mulher sobre esta questão, e 2,8% diz que esta atitudenão é violência sexual.
Entre mulheres e homens, a percentagem dos que consideram que esta atitude é violência sexual atinge94,5% contra 95,6%, respetivamente.
Os dados sobre a distribuição das respostas relativas à questão quando o marido obriga a mulher a ter
realções sexuais se é ou não uma forma de violência sexual mostram que, em todas as Regiões do país, mais de 95% dos profissionais que atuam no domínio da VBG consideram que este ato é violência sexual, com a exceção da Região de Biombo e Tombali, onde esta percentagem corresponde a 91,5% e 78,0%, respetivamente. Na Região de Tombali, a percentagem dos que afirmaram que este acto não é violencia sexual atinge 12,2%, sendo que 9,8% diz que o marido não precisa do consentimento da mulher. Na Região de Biombo, 8,5% declararam que o marido não precisa de nenhum consentimento da mulher.
Situação:
Uma jovem de 17 anos recorre ao médico da cidade, queixa-se de que foi
violada pelo vizinho e desde essa altura fica com corrimento vaginal com cheiro
anormal. O médico questiona se na altura era virgem e ela responde que não. Ainda
assim, é considerado que o cto sexual com o vizinho se tenha tratado de violação?
Relativamente a esta questão, dos 1016 entrevistados, 904 (89,0%) confirmaram que se trata, de facto, de violência sexual, independentemente do estado da virgindade. Outros 63 inquiridos (6,2%) entendem que não se trata de violência sexual neste caso. Por último, 49 indivíduos (4,8%) são da opinião de que não é violência sexual porque a jovem não era virgem na altura do ato.
Em termos de género, verifica-se que, relativamente às respostas a esta questão, 87,2% das mulheres
declarou tratar-se de violência sexual, face a 89,9% de homens.Análise da mesma questão por Região mostra que a percentagem entre entrevistados é mais elevada nas Regiões de Biombo e Bolama/Bijagós, representando 98,3% e 98,5%, respetivamente. As Regiões de Tombali e Bafatá apresentam uma percentagem mais baixa dos que consideraram que a situação dajovem correspondia a violência sexual.